O que é Ibogaína?

A Ibogaína é a protagonista dos tratamentos que o Espaço Terapêutico Raiz oferta. Embora também trabalhemos com outras práticas da medicina dos povos indígenas, o substrato da Iboga, planta africana, é quem mais ganha destaque.

A Iboga (Tabernanthe Iboga) é uma planta. Por sua vez, ela possui a Ibogaína, que é o princípio ativo, do tipo alcalóide, que se presta ao tratamento de introspecção. Ela é extraída da planta por clínicas especializadas. Com isso, somente quem trabalha nessa área tem acesso a ela. Mesmo que assim não fosse, a melhor forma de utilizá-la é sob a orientação de pessoas especializadas e que ofereçam o tratamento de forma humanizada e com experiências no uso.

Como a Ibogaína age no corpo?

Após a ingestão, a metabolização da Ibogaína  ocorre no fígado, onde se converte em norobogaína. Esta, por sua vez, fica parcialmente alojada no órgão, onde se incorpora ao tecido gorduroso.
A outra parte dela, então, cai na rede sanguínea e tem efeito sob a função cerebral. Isso, pois, ela possui a capacidade de promover a criação do hormônio GDNF, essencial para o sistema neural.

Mas por que esse neurônio é importante e qual é a sua função? Ele se destaca pelo fato de que o nosso organismo para de produzi-lo durante a adolescência, próximo aos 13 anos. Apesar disso, ele é responsável pela reconexão dos neurônios, com o restabelecimento do equilíbrio dos neurotransmissores. Esses, durante o uso de substâncias químicas, são afetados. Isso se deve ao fato de que os receptores de sinapses de prazer ficam afetadas. Assim, há a necessidade cada vez maior de uso de substâncias ou de outras mais fortes, pois as quantidades de uso normal já não satisfazem.

Com o uso da Ibogaína a sinalização de uma célula para outra volta a funcionar normalmente e ela já não associa o uso da substância química (seja ela narcótica, em fármacos, álcool ou nicotina) ao prazer. É isso, então, que acontece após o tratamento. O cérebro não identifica a necessidade de uso das substâncias, eis que vê o restabelecimento das funções neurais do córtex frontal.

Quais são as sensações que o tratamento da Ibogaína causa?

Muitas pessoas ainda confundem a Ibogaína com a Ayahuasca. Isso, então, faz com que associem o tratamento da planta africana aos vômitos, enjoos e alucinações típicos do ritual indígena. E isso não é necessariamente verdade, especialmente no que diz respeito ao efeito psicológico. Segundo o médico Bruno Rasmussen, clínico pioneiro na pesquisa sobre o uso da planta no Brasil, o efeito mental não é desconfortável.
Aqui, então, não existem alucinações e desconfortos, mas uma espécie de limpeza da mente. É como se o paciente estivesse sonhando acordado, em estado de introspecção.

Por isso, são comuns relatos de lembranças da infância durante as sessões em que a Ibogaína está em efeito. Igualmente, são naturais os depoimentos que apontam para o reconhecimento de algo que se gostava e se perdeu no tempo, de talentos ou mesmo de sensações prazerosas da vida.
Segundo Claudio Naranjo, psiquiatra chileno, a substância é onírica e não alucinógena. É por isso que o cérebro entra numa espécie de sonho acordado, em que as imagens, sons e recorrências podem ser diversas. Esse efeito também é conhecido pelo termo “expansão de consciência” em que é possível até mesmo entender alguns caminhos que prejudicam a vida e o dia a dia e o esclarecimento de qual é aquele em que se encontra o melhor para o seu futuro.

É como se fosse um estado de autoconhecimento e de análise. Ao final, é possível tirar tanto dessa experiência quanto dos efeitos positivos que o cérebro sofre, especialmente no córtex frontal, todas informações que se precisa para sua transformação. Tudo isso faz com que hoje existam milhares de relatos de sucesso do uso da Ibogaína no tratamento contra o vício de substâncias químicas. Embora não exista cura para a dependência, é possível controlá-la e pará-la.

Assim, a Ibogaína se tornou uma opção viável de realmente controlar um vício e retomar as rédeas da própria vida, com uma reconexão com o próprio corpo e cérebro. É como se uma linha do tempo fosse encerrada para que outra, de sucesso e de reconhecimento se torne a principal.